O uso das mídias sociais na comunicação corporativa vem sendo tratado de maneira estratégica no planejamento de diversas empresas. De acordo com Carolina Frazon Terra, especialista em Gestão Estratégica de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, estudantes e profissionais de comunicação não podem ter preconceito contra nenhum tipo de mídia, e devem entender um pouco do funcionamento de cada canal de comunicação, a fim de dominar a aplicação dos mesmos em ambientes de trabalho, seja em redações, instituições públicas ou empresas privadas.

Uma das principais recomendações dadas pela profissional é a cautela com a autoimagem, sendo necessário evitar a exposição em excesso. “A gente nunca deve se expor em demasia, principalmente quando nosso trabalho é cuidar da imagem dos outros”, afirmou.

A especialista, formada em Relações Públicas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e, atualmente, docente da área de comunicação de instituições como Belas Artes, Faculdade Cásper Líbero e Fundação Escola Comércio Álvares Penteado (Fecap), é também editora dos blogs Relações e Rpalavreando, além de ser autora dos livros “Mídias Sociais… E Agora?” e “Blogs Corporativos”. Em 2011, ela decidiu abrir seu próprio negócio e trabalhar como consultora e pesquisadora de mídias digitais.

Carolina traz no currículo vivências profissionais em grandes empresas, como FIAT e Garoto. “A partir do momento que se trabalha a comunicação de uma organização nas mídias sociais, a gente está dando possibilidade a ela de diálogo, relacionamento e interação. Isso é muito positivo, porque a gente vê a comunicação bidirecional acontecer na prática”, afirma.

Criatividade acima de tudo!

Um episódio marcante na experiência profissional de Carolina aconteceu em 2014, período em que trabalhava para a Garoto. Ela estava no estádio durante o jogo da Copa do Mundo em que o Brasil enfrentou sete gols da Alemanha. Ao longo de sua cobertura, Carolina foi para a área VIP da empresa, onde encontrou o cantor Luan Santana. Ao entrevistá-lo, o artista disse estar triste com o resultado da partida. Ela postou o comentário de Santana numa rede social da Garoto e o post rendeu muitas “curtidas”, garantindo a publicidade positiva da marca. “Eu tirei um coelho da cartola”, disse.

Carolina também alerta para a necessidade de as empresas agirem com transparência em relação a sua clientela através das mídias sociais. “Os clientes querem se relacionar com as pessoas que estão por trás das marcas”, enfatizou.

O atendimento humanizado deu espaço ao detalhamento de outro case, envolvendo uma das alunas da profissional e a rede de fast food McDonald’s. A garota havia saído da faculdade e, ao passar na lanchonete, pediu por um sanduíche sem salada. Chegando em casa, a estudante verificou que sua requisição não havia sido atendida e buscou se manifestar no Facebook, “marcando” a empresa numa postagem. De maneira bem-humorada, ela escreveu uma mensagem em formato de “discussão de relacionamento”, afirmando estar triste e pediu “um tempo”. A empresa, então, respondeu à freguesa da mesma forma, se desculpando, assumindo que erros acontecem e buscando “fazer as pazes” e “reatar a relação”. A simples ação, além de criativa, reconquistou a consumidora.

Em relação à competitividade entre os profissionais de comunicação social no mercado de trabalho, Carolina Terra é enfática. “O mercado não está nem aí se você é jornalista, relações públicas ou publicitário. Ele quer que você tenha competência”.

Foto: Forbes
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